Moradores do bairro de Patamares estão indignados com uma obra realizada pela Prefeitura que irá beneficiar, segundo eles, exclusivamente a instituição de ensino Unidompedro, além de desmatar uma área de Zona de Proteção Ambiental (ZPAM) de cerca de 15 hectares, que consta no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e na Louos de 2016. (Análise de Orientação Previa extraída do processo n* 116.115/2014/fls 21 a 23).
A área, localizada na Av. Ibirapitanga, na parte baixa da Colina A, caso seja aprovada, será destruída para fazer acesso exclusivo e estacionamento à Unidompedro , no entanto, além de ser zona de proteção, é considerado por especialistas como um corredor remanescente da Mata Atlântica fundamental para a sobrevivência e permanência do Vale Encantado, Área de Proteção Ambiental (APA) cuja poligonal está traçada no PDDU reforçando a preservação da área por meio da criação de Unidade de Conservação de Proteção Integral, conforme prevê a Lei 9.985/200 (SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC – LEI 9.985/2000
Segundo moradores, na tarde de terça-feira técnicos da secretaria de infraestrutura da Prefeitura de Salvador estiveram no local para demarcar a área do desmatamento. Uma reunião para apresentação desta demarcação está marcada pela SEINFRA para o dia 15, às 17 horas. “Já tivemos uma reunião anterior, mas pouco se resolveu. O que vemos é que tem uma zona de preservação ambiental que está sendo desmatada com dinheiro público para beneficiar exclusivamente uma instituição privada”, diz o morador Paulo Pinho. Ainda conforme o condômino, diversos pedidos de esclarecimentos e pedidos bloqueios da obra em uma área protegida pelo PDDU foram feitos, sem retorno.
“Presente para cidade” – Vale lembrar que, em janeiro deste ano, veio à tona na imprensa a denúncia de moradores do bairro contra a Unidompedro, que estaria destruindo outra área de proteção ambiental, Rua Bicuíba, e que por sua vez a instituição respondeu tratar-se “de um presente para Salvador”.
“Precisamos que a prefeitura tenha compromisso com os cidadãos, e não para uma única instituição privada, mas acima de tudo respeite as áreas de proteção ambiental de Salvador e atenda o anseio de quem paga impostos e o IPTU”, ainda conclui o morador que “ nada tem contra a edificação de uma praça defronte à UNIR , para lazer e estacionamento dos estudantes numa área hoje degradada de 2 há.”
Salvador Capital da Mata Atlântica– Na contramão da promessa de transformar Salvador em Capital da Mata Atlântica, como anunciou a prefeitura na campanha política de 2020, o executivo municipal ainda não assinou o decreto de criação do 1º Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) Vale Encantado de Salvador, previsto no PDDU de 2016, em Patamares, embora a minuta do decreto para a criação do Revis está pronta desde março, com parecer favorável da Procuradoria do Município.
